terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TORNANDO O FAMILIAR ESTRANHO

 
Meu Trajeto Diário
O meu trajeto diário não era o mesmo, até iniciarmos o Estágio III, pois tinha várias opções para chegar ao meu trabalho, nunca passava pelo mesmo caminho. Sempre estava mudando de rua, talvez até para ver paisagens novas.
Gosto muito de observar a arquitetura e jardins, das casas e prédios públicos. Isso me chama muito a atenção. Às vezes me pego atravessando a placa do PARE, por estar observando o jardineiro cuidar dos jardins públicos e fico imaginado a paz, o silencio, a tranquilidade que ele deve estar sentindo em seu trabalho. Imagino também o que encontrarei no meu trabalho, e fico a me perguntar: será um dia igual ao do jardineiro?
Chego CEMEI para deixar a minha filha menor.Volto em casa pego meu material e vou  para  mais um dia de trabalho.
Passo em frete a Igreja Matriz, como de costume, faço o nome do pai e me vislumbro com a  sua arquitetura.  Na Prefeitura Municipal os primeiro funcionário chegando. Gente transitando pra lá e pra cá, muitos indo também para o trabalho, outros com seus afazeres diários. Encontro pessoas nas ruas que me cumprimentam, alunos subindo para a escola. Sigo em frente, passo alguns quebra molas e esquinas, e chego para mais um dia de rotina.
Depois de iniciarmos a atividade de Tornar o familiar estranho, decidi que iria traçar meu trajeto, para facilitar a minha observação sobre a cidade e as pessoas. E escolhi um dos que já tinha costume de fazer.
Até então, não havia percebido nada de diferente na paisagem urbana. Fazia o percurso como um autômato, talvez pela correria diária. Não observava o que deixava pra traz quando passava. Tudo era igual até fazer a filmagem do meu percurso. Como é interessante... realmente "a arte que existe em nossa vida cotidiana é invisível..." Depois da filmagem comecei a ver a minha cidade por outros anglos, passei a observar os comércios, a creche com as mães que ali esperam para deixar seus filhos, as pessoas que passavam na rua, o que estavam fazendo, como se vestiam, como se portavam, o que conversavam. A arquitetura parecia até mais bonita, a arborização da cidade, que apesar da falta de chuva, ainda continuavam muito verde. Mudei meu modo de olhar e vi que “O que faz de um estudo algo alternativo e distinto não é a seleção de um novo tema, mas sim, o olhar que projetamos sobre essas formas culturais da experiência, e para esse olhar, nenhuma forma de arte é insignificante”. Hoje o meu trajeto não é o mesmo porque tenho um novo olhar, estou mais segura para dar continuidade ao meu percurso além dos muros da escola e encontrar minha porta de entrada.

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